Ricardo Patah: ‘O Brasil tem pressa’

Em artigo, coordenador do PSD Movimentos e presidente nacional da UGT defende forte empenho nas mudanças necessárias para superar a desigualdade, em especial a econômica e social.

02/01/2015

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Ricardo Patah, presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e coordenador do PSD Movimentos

 Entre brindes e festas, os brasileiros aguardaram ansiosos a chegada de 2015. Enormes desafios precisam ser vencidos neste ano. O maior deles é superar a desigualdade, em especial a econômica e social. Desde a estabilização da economia, com o controle da inflação feito com a implantação do Plano Real, esse processo foi iniciado, mas muito precisa ser feito ainda.

Especialmente na redução das desigualdades de renda, gênero, raça, trabalho, propriedade, entre outras. Não podemos nos esquecer também das desigualdades regionais, para garantir um padrão de vida de qualidade nacional a todos os brasileiros, independentemente de onde residam ou trabalhem.

A atuação dos trabalhadores nesse processo será fundamental. Estamos dispostos a colocar a mão na massa, como sempre fizemos nos momentos em que a sociedade precisou de nós.

O Brasil precisa voltar a crescer rapidamente. Com o PIB próximo do zero, o emprego e a renda podem diminuir se não houver crescimento e as políticas de inclusão social correm sérios riscos, pois o Estado não consegue arrecadar impostos paras mantê-las. O que nós, trabalhadores, queremos para este ano de 2015 é progresso, e não recessão, como já se lê e se ouve por aí.

O Brasil tem pressa por uma rápida eliminação do deficit social nas áreas de habitação, saneamento, saúde e educação. Nesse aspecto, nosso país precisa, com urgência, universalizar a educação de qualidade, desde a infância, para o desenvolvimento pleno da cidadania.

O Brasil tem pressa para que se faça uma reforma tributária porque o peso dos impostos no nosso país recai sobre o consumo, e não sobre a renda, prejudicando os trabalhadores e os menos favorecidos.

O Brasil tem pressa para que se faça uma reforma política e eleitoral que amplie a democracia, garanta maior participação popular, fortaleça os partidos e as instituições. Essa reforma deve ser voltada para a valorização do diálogo, favorecendo toda ação pública focada no serviço coletivo e no bem comum.

O Brasil tem pressa para que se acabe com a especulação financeira e sejam valorizados os investimentos produtivos, especialmente em novas tecnologias e inovação, pois esse é o único caminho para conseguirmos uma economia sustentável e socialmente justa.

O Brasil tem pressa em promover o trabalho decente e o combate à escravidão e a todas as formas de precarização do trabalho.

Queremos também que os direitos trabalhistas sejam mantidos, e não retirados, como pregam algumas políticas neoliberais muito em voga atualmente. Deve-se ressaltar que a presidente Dilma Rousseff sempre nos garantiu que isso jamais acontecerá –a retirada de direitos dos trabalhadores.

O Brasil tem pressa em fazer uma reforma no mercado do trabalho, para acabar – ou pelo menos diminuir – com a grande rotatividade de profissionais em quase todos os setores econômicos, gerando insegurança para o trabalhador.

Amplos setores da economia tiveram suas folhas de pagamento desoneradas pelo governo federal, como incentivo ao desenvolvimento. Tomo a liberdade de sugerir que a contrapartida seja uma maior estabilidade no emprego.

O Brasil tem pressa, por fim, para que haja mais transparência na gestão pública, que seja combatida toda forma de corrupção e que os envolvidos em escândalos sejam punidos como mandam as leis.

 

Artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo em 2 de janeiro de 2015.

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