Onofre cobra da Anvisa liberação do canabidiol

Estudos recentes mostram que substância, extraída da folha da maconha, possui fortes evidências de ser eficaz como ansiolítico, antipsicótico, neuroprotetor e anti-inflamatório, além de atuar no combate ao distúrbio do sono.

12/12/2014

FacebookWhatsAppTwitter

O deputado Onofre Agostini

O vice-líder do PSD na Câmara, deputado Onofre Santo Agostini, de Santa Catarina, cobrou da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mais agilidade para autorizar a venda do canabidiol, substância extraída da folha da maconha cujo princípio ativo, além de ser antiepilético, pode ser usado no controle de outras doenças.

“Convém agir com celeridade quando se trata de atenuar o sofrimento das pessoas”, disse o deputado pessedista no plenário da Casa. “Quero manifestar minha estranheza diante da demora da Anvisa em facilitar o acesso ao canabidiol, que pode trazer benefícios para um grande número de pacientes em todo o país. Vários estudos apontam que, apesar de ser oriundo da folha da maconha, ele não produz os efeitos psicoativos da planta”, disse.

De acordo com Onofre, a agência chegou a anunciar que iria reclassificar o produto ao retirá-lo da lista de proibidos e colocá-lo na de controlados com exigência de receita médica em duas vias. “Enquanto isso não acontece, quem precisa da substância se vê obrigado a recorrer à agência por meio de um pedido excepcional de importação”, acusou.

No mês de outubro, a Anvisa informou ter autorizado 113 dos 167 pedidos que recebeu para a importação do medicamento. “Não há razão para submeter esses pacientes a procedimentos tão burocráticos, isso só aumenta o drama”, avaliou Onofre.

Quem também defende a regulamentação da substância é o deputado Eleuses Paiva (SP), que é médico. Para Eleuses, é preciso romper os preconceitos em relação ao uso medicinal da substância que, de acordo com estudos recentes, possui fortes evidências de ser eficaz como ansiolítico, antipsicótico, neuroprotetor e anti-inflamatório, além de atuar no combate ao distúrbio do sono. “Esse debate deve chegar a um consenso que irá ajudar a medicina a salvar vidas, aliviar dores e criar uma nova perspectiva às pessoas que precisam dessa substância”, afirmou Eleuses.

Segundo o parlamentar, há vários derivados do ópio que já são utilizados na medicina com sucesso, como a morfina e o demerol. “Da mesma forma, o canabidiol, quando utilizado em prol do paciente com doses corretas e indicações próprias, representará um grande avanço”, reiterou.

No Brasil, ainda não há regulamentação para o uso medicinal da planta, e na prática não há regras claras para definir em que condições ela pode ser manipulada. Porém, pacientes brasileiros lutam para conseguir liminares na justiça que permitam importar e utilizar o medicamento.

FacebookWhatsAppTwitter

  0 Comentários

FacebookWhatsAppTwitter