Engajamento político ajuda no combate à violência contra a mulher

"As mulheres representam menos de 10% das pessoas filiadas a partidos políticos em cargos eletivos. Este desequilíbrio é ruim para elas, para os partidos políticos e para a democracia brasileira”, avalia a coordenadora do PSD Mulher, Alda Marco Antonio (foto).

25/11/2014

FacebookWhatsAppTwitter

Alda Marco Antonio, coordenadora do PSD Mulher.

Nesta terça-feira, 25 de novembro, é celebrado o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher. Instituído em 1981, durante o I Encontro Feminista da América Latina e do Caribe, realizado em Bogotá, na Colômbia, foi escolhido para homenagear as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana, em 1960.

Apesar das denúncias e do aprimoramento da legislação (a Lei Maria da Penha é um exemplo), os casos de violência contra a mulher ainda são preocupantes. Uma em cada três mulheres no mundo é vítima de violência conjugal, segundo estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado na revista médica britânica The Lancet. A violência contra mulheres e meninas se mantém em níveis “inaceitáveis”, segundo a OMS, que considerou insuficientes os esforços feitos até aqui.

“Na raiz da violência que se abate sobre a mulher está a questão de poder. Muitos se julgam proprietários de suas filhas, esposas, funcionárias, a ponto de explorá-las, torturá-las e até matá-las”, analisa a presidente do PSD Mulher, Alda Marco Antonio, que foi presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo e teve atuação fundamental na criação da primeira Delegacia de Defesa da Mulher no Estado, em 1983.

A deputada estadual Ivana Bastos (BA)

Um dos desafios das parlamentares eleitas pelo PSD é a necessidade de implantar políticas públicas em favor da valorização e proteção à integridade física da mulher. Nesse sentido, a instalação de Delegacia da Mulher é um dos principais suportes no auxílio a ações específicas de combate à violência contra a mulher, proporcionando maior eficiência e segurança para que as vítimas possam recorrer à lei nos casos de violência doméstica, não necessariamente física, mas também psicológica e emocional, ou qualquer outro ato que possa denegrir sua imagem, como humilhação, chantagem, assédio sexual e moral, entre outros.

“A instalação da Delegacia da Mulher é muito importante, porque lá toda forma de agressão é tratada com atenção especial. É necessário darmos respaldo para que elas tenham coragem de denunciar, pois a maioria dos casos fica sem solução porque a mulher ainda tem medo de denunciar e sofrer represálias, ficando à mercê da sorte”, diz a deputada estadual Ivana Bastos, ​coordenadora do PSD ​Mulher ​da Bahia.

Participação política

Outro fator que agrava a desigualdade de gênero no Brasil é a baixa representação das mulheres na política, segundo a avaliação do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2014, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em julho deste ano. De acordo com o Pnud, o Brasil ficou em 85º lugar no Índice de Desigualdade de Gênero, com nota 0,441. O indicador varia de 0 a 1, com o valor mínimo atribuído a sociedades com menos disparidades entre homens e mulheres.

Além de políticas de prevenção à violência e de punição a quem comete crimes, é necessária maior participação política feminina, resultando na maior representatividade e efetividade na luta pelo direito das mulheres.

“Junto com políticas públicas de prevenção e combate à violência é preciso dar poder à mulher. Apesar de sermos maioria na população brasileira, nós mulheres representamos menos de 10% das pessoas filiadas a partidos políticos em cargos eletivos. Este desequilíbrio é ruim para as mulheres, para os partidos políticos e para a democracia brasileira”, conclui Alda Marco Antonio.  

FacebookWhatsAppTwitter

  0 Comentários

FacebookWhatsAppTwitter